O O dólar iniciou a semana operando em alta, chegando a bater R$ 3,12, após encerrar cotado a mais de R$ 3 na sexta-feira (6). Investidores reagem com preocupações diante da resistência à presidente Dilma Rousseff e o escândalo em torno da Petrobras, que podem gerar ainda mais obstáculos para o ajuste fiscal promovido pela equipe econômica. Nesta segunda-feira (9), por volta das 15h36, a moeda era vendida a R$ 3,1207, em alta de 2,10%. “Panelaço” No domingo, durante a transmissão pela TV de discurso em que defendeu que o ajuste econômico vai durar o tempo que for necessário, Dilma foi vaiada em diversas cidades, enquanto pedia união e paciência. As manifestações “deixam evidente o forte nível de desaprovação pelo qual a atual gestão vem passando”, escreveu em nota a clientes o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho, segundo a Reuters. Ele lembrou ainda a divulgação da lista de investigação de dezenas de parlamentares devido ao caso de corrupção da Petrobras, “potencializando ainda mais a falta de credibilidade de nossas lideranças”. As medidas de reequilíbrio das contas públicas vinham servindo como um alento para investidores em meio à perspectiva de contração econômica e inflação de mais de 7% neste ano. Nas últimas semanas, contudo, as dificuldades que o governo tem enfrentado para implementar essas ações mudaram o cenário, levando investidores a evitar ativos brasileiros e impulsionando o dólar aos maiores níveis em mais de dez anos. O movimento também reforçou a incerteza sobre o futuro das intervenções diárias do Banco Central no câmbio, marcadas para durar pelo menos até o fim de março. Intervenção do Banco Central Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 2 mil swaps pelas rações diárias, todos com vencimento em 1º de dezembro de 2015 e equivalentes a US$ 98,3 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de março de 2016, mas nenhum foi vendido. O BC também vendeu a oferta total no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 22% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões. Na sexta-feira, a moeda fechou a R$ 3,0565, em alta de 1,49%. Este foi o maior valor desde o dia 5 de agosto de 2004, quando o dólar chegou à cotação de R$ 3,0637, segundo dados do Banco Central. O dólar subiu 7,02% na semana. Segundo a Reuters, esta foi a maior alta semanal desde 2008. No ano, a moeda acumulou valorização de 14,96%.