Políticos reagem ao pronunciamento de Dilma Rousseff
Publicado em 09 março 2015 às 19h53
Última atualização em 29 março 2023 às 10h31
Última atualização em 29 março 2023 às 10h31
Políticos comentaram nas redes sociais o discurso da presidente Dilma Rousseff realizado em cadeia nacional de rádio e televisão na noite deste domingo (8). Representantes da oposição se mostraram insatisfeitos e criticaram a fala da presidente. Para o lado governista, Dilma foi firme no pronunciamento.
Em sua fala, por ocasião do Dia da Mulher, Dilma admitiu que o Brasil passa por dificuldades, consequências da crise financeira mundial e da “maior seca” da história”, e pediu paciência aos brasileiros (veja a íntegra no vídeo acima ou leia aqui). Ela disse ainda que o governo absorveu, até o ano passado, todos efeitos negativos da crise e que “agora” tem “que dividir parte deste esforço com todos os setores da sociedade”.
No Twitter, o senador Aécio Neves criticou Dilma e disse que a presidente falta com a verdade.
“Novamente, a presidente Dilma Rousseff falta com a verdade ao se dirigir aos brasileiros. Inventa bodes expiatórios, terceiriza responsabilidades que são exclusivamente do governo dela e fornece um enredo irreal à população”, afirmou o senador.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), aprovou o discurso da presidente.
“Dilma falou: um pronunciamento firme e convincente sobre as medidas do ajuste que estamos fazendo. Valeu, Presidenta!”, escreveu o deputado.
Para a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que apesar de integrar a base governista vem fazendo críticas ao governo, a presidente, ao citar a crise internacional, se apoia em uma justificativa “ultrapassada” para os problemas do país.
“Tentando se apoiar na ultrapassada justificativa da crise internacional, Dilma negou, mais uma vez, a gravidade e dimensão da atual crise econômica, as responsabilidades de seu governo e as consequências de seus desdobramentos para o povo brasileiro”, disse a senadora.
Resposta do PT a protestos
Gritos, vaias, panelas batendo e buzinas foram ouvidos em algumas cidades do país durante o discurso da presidente. Os protestos foram convocados pelas redes sociais. Em texto publicado no site do PT na madrugada desta segunda-feira (9), o secretário nacional de Comunicação do partido, José Américo Dias, e o vice-presidente e coordenador das redes sociais da legenda, Alberto Cantalice, disseram que o “panelaço fracassou”.
“Tem circulado clipes eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento de partidos de oposição a essa mobilização”, afirmou José Américo. “Mas foi um movimento restrito que não se ampliou como queriam seus organizadores.”
Cantalice criticou o movimento. “Existe uma orquestração com viés golpista que parte principalmente dos setores da burguesia e da classe média alta”, disse.
Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (9), o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), defendeu as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo e comentou os protestos na noite de domingo.
“O protesto é um direito do cidadão. Discordar do governo, expressar opiniões. Reconhecemos plenamente o direito de manifestação, mas preocupa que acho que foi uma eleição bastante polarizada, que teve momentos de radicalização, e nós precisamos construir uma cultura de tolerância, diálogo, respeito. É isso que ajuda a construir uma agenda de convergência”, disse o ministro.