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Fogos são usados para “acordar” santo para a festa e cada santo tem um tipo de fogueira, mas tradição tem origem pagã

Para boa parte dos brasileiros, as festas juninas são das celebrações populares mais aguardadas. O período é o segundo mais festejado do País e fica atrás somente do Carnaval, de acordo com dados do Ministério do Turismo. Principalmente na região Nordeste, é a época na qual ruas e bairros se enchem de bandeirinhas, fogueiras, fogos de artifício e muita comida típica. Mas você sabe de onde vem essa tradição?

De origem europeia, as festas foram incorporadas ao calendário católico, pois a cultura popular costumava celebrar o solstício de verão – dia do ano em que o sol aparece por mais tempo e que comemorava, também, a época de colheita. No Brasil, a data foi mantida, mas como o País está localizado no hemisfério sul, aqui o solstício é de inverno – dia em que a duração da noite é mais longa. É também a época da colheita do milho, um dos alimentos mais usados nos pratos típicos.

Como o nome sugere, as festas acontecem em junho, na data de comemoração de três santos católicos: Santo Antônio (13), São João (24) e São Pedro (29). Trazida pelos portugueses, a festa se chamava “Joanina”, pois fazia parte das celebrações do dia de João Batista.

Segundo uma crença católica, Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus Cristo, teria feito uma fogueira para avisar sobre o nascimento de seu filho João Batista. Outras tradições afirmam que as fogueiras afastam os maus espíritos e têm poder de purificação.

Há também uma diferenciação no formato das fogueiras. Na festa de Santo Antônio, a fogueira tem formato quadrangular; na de São Pedro, triangular; e na de São João, possui formato arredondado na base, formando uma pirâmide.

Bandeirinhas, fogos e quadrilha

As disputas de quadrilha são também elemento importante nas festas juninas. A dança, feita em grupo de casais, têm origem numa tradição da elite francesa do século XVIII (quadrille). Atualmente, as roupas são uma referência ao Brasil rural de algumas décadas atrás.

Há muitos anos, era comum que nas festas juninas as imagens dos três santos do mês (Santo Antônio, São João e São Pedro) fossem gravadas em grandes bandeiras coloridas. Essas bandeiras eram colocadas em água durante evento conhecido como lavagem dos santos. Assim, a água e quem se banhasse com ela estariam purificados. Com o passar do tempo, as grandes bandeiras – ainda presentes em alguns lugares – deram lugar às famosas bandeirinhas em alusão a esse ritual.

No caso dos fogos, diz-se que é outra alusão a São João: serviriam para chamar o santo para o seu aniversário. Assim como as fogueiras, o barulho de bombas e rojões podia espantar os maus espíritos. Acreditando ou não nas superstições, é sempre bom tomar cuidado ao manusear fogos de artifício.

O costume de soltar balões surgiu da ideia de que eles levariam os pedidos dos devotos aos céus e a São João. Essa prática foi proibida devido ao alto risco de os balões provocarem incêndios.

Fonte: www.brasil.gov.br